Em Inglaterra, circulou o primeiro comboio no mundo, a 27 de Setembro de 1825. Passados 19 anos, foi pensado criar uma companhia ferroviária portuguesa, ganhando o concurso, a empresa Companhia Central Peninsular dos Caminhos de Ferro de Portugal, (criada em Londres a 14 de Maio de 1852) , do inglês Hardy Hislop. Inaugurou-se depois a 28 de Outubro de 1856 o 1º troço: Lisboa (Stª Apolónia) - Carregado, pelo Rei D. Pedro V. O pormenor desta viagem descreve-se do seguinte modo: a uma das duas locomotivas que rebocavam o Comboio Real rebentaram alguns tubos, daí ter que ser retirada do comboio, provocando considerável atraso. A segunda locomotiva puxou meio comboio de Póvoa a Lisboa, e voltou depois para buscar o resto. Quanto ao segundo comboio (com convidados), teve que esperar que lhe desimpedissem a linha. No ano seguinte, a empresa era pertença do Estado Português e de um outro inglês Sir Morton Petto, a linha avançou até ao Apeadeiro das Virtudes, fazendo os 50 km de Lisboa, em direcção ao Porto. No ano de 1863 a linha já chegava à fronteira Espanhola. Em 1865 funda-se a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses (com Sede em Paris), uma vez que a anterior companhia faliu. O contrato durou 99 anos. Em 1855, a Companhia dos Caminhos de Ferro do Sul do Tejo (CFS) iniciou a construção da linha Barreiro - Vendas Novas. Apesar de já circularem comboios entre Barreiro e Bombel, a inauguração foi feita a 1 de Fevereiro de 1861. Entretanto, a Companhia do Sueste, também conhecida como “Companhia Inglesa”, ficou encarga de construir o troço Vendas Novas – Beja, iniciando-se a exploração a 15 de Fevereiro de 1864. O mais curioso era que as bitolas destes dois troços eram diferentes:, enquanto que Barreiro-Vendas Novas era de 1.67 m (igual à da linha espanhola), a de Vendas Novas – Beja era de 1.44 m: isto obrigava ao transbordo em Vendas Novas. Mais tarde, uniformizou-se a bitola para 1.67 m. Na Linha do Sado, por falta de uma ponte (que veio a ser inaugurada apenas a 1 de Junho de 1925), foi feito o transbordo entre as margens do Rio Sado, na vila de Alcácer do Sal. O troço Setúbal- Alcácer do Sal, foi inaugurado a 25 de Maio de 1920, e o de Garvão- Alcácer do Sal a 14 de Julho de 1918. De notar ainda que, a CP dispunha de uma frota de 8 barcos (porque actualmente os barcos pertencem a uma outra empresa) ,sendo 6 deles construídos nos anos 60 a 70 pela E.N.V.C., possuem uma velocidade de 13 nós, e os restantes 2 barcos construídos em 1978, nos Estaleiros de São Jacinto. Estes atingem 14 nós de velocidade. A Linha de Cascais foi crescendo ao longo dos anos: primeiro só ia a Pedrouços (inaugurado em 1889), depois prolongou-se a Alcântara, seguindo-se o Cais Sodré. A Exploração era feita pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro. Em 1915, a Sociedade Estoril, assinou um contrato, para desenvolver a linha com fins turísticos, uma obrigação desse contrato era electrificar a linha. A Electrificação começou em 1918 e só em 1926 se concluiu, devido a problemas causados pela Guerra. Foi a primeira linha do País e da Península Ibérica a ser electrificada, enquanto que a CP, só em 1956 electrificou as linhas nacionais. Passados 50 anos, a linha de Cascais voltava a pertencer aos Caminhos de Ferro Portugueses. Com a implantação da República, a Companhia Real passa a ser Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses (CP), e construíram-se também as linhas do Minho (6 de Agosto de 1882), Douro (2 de Dezembro de 1887), do Sul e Sueste e seus ramais, com capitais e exploração exclusivas do Estado. Em 1927, várias linhas passaram para a CP e, 20 anos depois, as linhas de exploração própria (Beira Alta, Norte de Portugal, Companhia Nacional e Vale do Vouga, as 3 últimas de via estreita, excepto a Linha de Cascais, passando esta para a CP em 1971, fazendo um total de 3600 kms. A CP foi nacionalizada em 1975. A maior parte das linhas de via estreita situa-se no Norte, em Trás-os-Montes, Minho, algumas já encerradas e ao abandono... e outras passaram a metro de superfície (LRV).A 29 de Julho de 1999, entrou ao serviço o primeiro operador privado (após 1975) “Fertagus” que faz a travessia ferroviária sobre o Rio Tejo na maior ponte rodo-ferroviária suspensa (então) do mundo: a ponte “25 de Abril”. O operador “Fertagus” tem contrato de gestão e exploração comercial na “linha da ponte”. Com uma média diária de 130 mil passageiros transportados, e de 41 milhões em média anual de cruzeiro, a Fertagus possui 18 unidades múltiplas eléctricas da série 3500 (iguais às da CP), tendo uma lotação máxima de 1200 passageiros por comboio (em unidade quádrupla).
Fica aqui a lista dos primeiros Operadores Ferroviários Privados em Portugal: 1874 - "Companhia dos Caminhos de Ferro de Porto à Póvoa de Varzim e Famalicão"1875 - "Companhia do Caminho de Ferro de Guimarães"1878 - "Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira Alta"1883 - "Companhia Nacional de Caminhos de Ferro"1907 - "Companhia do Caminho de Ferro do Vale do Vouga"1918 - "Sociedade Estoril"1927 - "Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal" 28/10/2004 - Alteração da denominação social da CP – Caminhos de Ferro Portugueses que passa a chamar-se CP – Comboios de Portugal.
No dia 28 de Outubro o Caminho de ferro público nacional comemora 150 anos, desde a sua primeira viagem pelas linhas. O comboio continua a ser um meio de transporte muito utilizado porque é económico, prático e foge às filas de trânsito que incomodam diáriamente os automobilistas. Como é óbvio também tem inconvenientes: é mais demorado e faz muitas paragens por exemplo. A modernização da nossa rede ferroviária é urgente e necessária. A aposta na velocidade (TGV) se vier mesmo a ser uma realidade em Portugal, vai não só potencializar as linhas existentes, como também integrá-las depois no plano de alta velocidade, aproveitando-as para realizar outros percursos. Ficamos por aqui mas temos muito mais para te contar. Na próxima edição apresentaremos a história do carro. Não percas! |
Comments on "O comboio em Portugal- A história"
Este Blog está cada vez melhor. Não so nos informa e bem das coisas da nossa cova-gala, como nos vai instruido de um pouco de cultura geral. Parabens, continuem.
Epa!!!mas q abichanice e esta da tocha??? Pelo menos q fosse um remo; chave, barco.lolololo
Ja agora e apesar de na ter nada a ver com este tema. Deixo uma sugestao, pq nao criarem aqui o cantinho do GD Cova-gala.
Está em curso a criação do Website do GDCG.
Surgirá em Breve!
Uma máquina de guerra infernal, é assim que defino o comboio!!! + comboios, melhores linhas é o futuro.
title="post a comment on 'O comboio em Portugal- A história'">post a comment