A anorexia nervosa é uma doença do comportamento alimentar, de origem psicológica, que tem como principais características de diagnóstico a recusa em manter um peso corporal normal mínimo, o medo intenso em ganhar peso e da significativa perturbação do tamanho e das formas corporais.
Há ainda a bulimia, do mesmo género e mais comum, mas que tem sintomas diferentes. Os bulímicos compensam a grande quantidade de comida que comem, com o vómito, o uso de laxantes ou diuréticos e fazem, muitas das vezes, grandes períodos de jejum.
O início da perturbação acontece e incide nomeadamente na fase da adolescência (13-18 anos).
Recentemente temos sido assombrados com esta realidade pela TV. O mundo da moda abanou com a morte de várias modelos internacionais, vítimas de anorexia nervosa.
As anorécticas não têm consciência do seu baixo peso e recusam sempre a ideia de estarem doentes. Quando se olham ao espelho vêem uma imagem destorcida de si mesmas, tudo fruto do seu pensamento obsessivo-compulsivo em relação à comida. O emagrecer é encarado como uma vitória, mas a satisfação não é conseguida, daí o descontrolo começar… e poder levar à morte.
A morte ocorre na maioria dos casos por inanição, suicídio e alterações hidroelectrolíticas. A auto-estima das pessoas com Anorexia Nervosa depende muito do seu peso e formas corporais. A perda de peso é vista como uma aquisição impressionante e sinal de uma extraordinária autodisciplina, enquanto o aumento de peso é sentido como um falhanço inaceitável do auto-controlo.
A Anorexia Nervosa parece ser mais prevalecente nas sociedades industrializadas, nas quais há abundância de alimentos, especialmente quando nas mulheres a magreza está associada à beleza, como nos EUA, Canadá, Europa, Austrália, Japão, Nova Zelândia e Africa do Sul.
É genética, logo se houver pessoas na família, há maior probabilidade de despertar uma situação. Os factores culturais podem também estar na origem desta perturbação. Por exemplo, nalgumas culturas a preocupação da imagem corporal ou o medo de ganhar peso podem ter outra origem e a restrição alimentar acontecer por desconforto epigástrico ou não gostar da comida.
Mais de 90% dos casos de Anorexia Nervosa dá-se em mulheres. A atenção total e apoio dos familiares no começo da doença é determinante para travar a tempo o desencadear de uma “bola de neve” que não pára mais.
O acompanhamento psicológico é indispensável para a superação.
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J.M.
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